Até recentemente, isso havia funcionado. Mas então veio a nova liderança, as demissões, as metas absurdas. De repente, cada conta precisava de um milagre, e cada cliente queria mais por menos. Nas últimas três semanas, Daniel estava entrando e saindo de reuniões, tentando manter uma campanha que estava afundando e que ninguém mais parecia capaz – ou disposto – a consertar.
Fazia dias que ele não voltava para casa. Sua caixa de entrada ainda estava cheia. Seus olhos estavam injetados de sangue. E hoje, finalmente, ele tinha um único objetivo: pegar o trem expresso das 11h12, sentar-se perto da janela e desaparecer por um tempo. Ele havia pago mais. Isso era importante.