Nunca fui o preferido de meu pai – 26 anos depois, descobri o motivo

Ela se lembrava do orgulho discreto nos olhos dele quando ela aprendeu a andar de bicicleta sem vacilar, ou como ele uma vez gravou as iniciais dela no cabo de uma corda de pular para que ela não a confundisse com as da irmã. Não eram demonstrações grandiosas, mas para Miriam, elas eram importantes. Naqueles anos, ela acreditava que tinha um lugar na consideração dele, mesmo que o afeto dele fosse mais discreto do que o de sua mãe.

Mas, à medida que ela crescia, o equilíbrio mudou. No início, era sutil; uma pausa mais longa antes de ele responder às perguntas dela, um aceno distraído quando ela lhe levava algo que havia desenhado, o modo como a voz dele se tornava mais aguda quando ela se demorava demais no escritório dele. Era fácil descartar o fato de serem humores, as irritações comuns de um adulto com muita coisa na cabeça.