Elena reparou então nos sapatos dele. A lama estava acumulada nos degraus, apesar de seu terno impecável. Os pisos do hospital refletiam tudo, e ela viu o marrom-avermelhado no polimento. A mesma cor que ela havia removido da pele da garota horas atrás. “Manhã difícil?”, ela perguntou, forçando a casualidade. “Ah, só chuva”, disse ele.
O detetive pegou os papéis e os examinou sob a luz fluorescente. “Se importa se fizermos cópias?”, perguntou ele. “Claro que não”, respondeu o homem. “Só estou ansioso para levar minha filha para casa.” O rosnado de Valorian se aprofundou, um trovão baixo que parecia vir do próprio chão. Cada fio de cabelo de sua espinha se arrepiou.